O estudo sobre o impacto do ICMS foi feito sobre a proposta do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e que deve ser discutida nesta semana.
Nesta semana, o Congresso deve discutir o projeto de lei que muda a cobrança do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis. Hoje, o tributo é cobrado sobre o preço médio da gasolina, do diesel e do etanol nos últimos 15 dias.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é o autor da proposta que determina que o valor do imposto cobrado pelos estados deve ser fixado com base no preço dos últimos dois anos. Segundo Lira, a ideia é deixar a gasolina 8% mais barata, além de diminuir também o valor do diesel e do gás de cozinha.
Mas, apesar do esforço para tentar reduzir o preço dos combustíveis, a Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), que representa as Secretarias de Fazenda do estados, fez um estudo que apontou que a proposta pode gerar um prejuízo de R$ 24 bilhões à economia do estados.
Pelo levantamento, a perda deve ser de R$ 5,5 bilhões em São Paulo, por exemplo, quase o mesmo valor orçamentário de 1 ano da Universidade de São Paulo (USP), que gira em torno de R$ 5,8 bilhões. Enquanto que para Bahia e Rio de Janeiro seria de R$ 1,3 bilhão.
Os dados revelam que se o projeto for aprovado, os preços médios da gasolina devem ser reduzidos em até R$ 0,34, do etanol em R$ 0,13 e do diesel em R$ 0,32. Por estado, a economia no preço da gasolina seria de R$ 0,31 para São Paulo, e R$ 0,45 no Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.
Novo reajuste do combustível
A Petrobras surpreendeu ao anunciar um novo reajuste nos valores de venda da gasolina e do GLP, o gás de cozinha, na última sexta-feira (8), que passou a valer no dia seguinte, sábado (9). Segundo a companhia, a alta da gasolina acontece após 58 dias de estabilidade.
Com o aumento, o preço médio da gasolina passa de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro. Assim, o preço do combustível para as distribuidoras fica 7,19% maior.
No domingo (10), o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar os governadores por conta dos reajustes nos combustíveis.
“Não quero apontar responsáveis, mas basta ver o preço da gasolina na refinaria, do álcool na usina e ver, ao longo do caminho, quem é, se é o governo federal, com o Pis/Cofins, se são os governos estaduais, com o ICMS”, disse o presidente.
“Onde é que está desequilibrada essa conta? Eu não aumentei imposto federal. Agora, os governadores quase que dobraram o que eles ganharam com o ICMS de combustível desde 2019”, acrescentou Bolsonaro a apoiadores e jornalistas.
Em uma carta conjunta divulgada em setembro, governadores de vinte estados brasileiros afirmaram que a alta dos preços dos combustíveis “se trata de um problema nacional” e não tem relação com o ICMS.
Fonte: com informações da CNN